esse texto começava dizendo que esse seria o mais difícil de escrever, porque era sobre o meu signo. tão verdade e tão difícil foi que eu travei no meio. veio o signo, saiu o signo e o texto aqui. parado. não ia pra frente nem pra trás nem pra lugar nenhum. volta e meia ele aparecia na minha cabeça. e eu fugia. e tudo ficou mais difícil nesse caso porque apesar de eu ter criado essa temática, não gosto de ligar tudo ao signo.
sim. isso é – e foi – uma cilada Bino.
dou até risada dos memes e lentes de aumento em características de cada signo, mas ao mesmo tempo não sou fã do “ah, isso é coisa de taurino”. não gosto de me ver em descrições, em bullet points como se eu fosse checklist de receita de confeitaria francesa. não sou de colocar pessoas em caixas, não afirmo que ninguém é de algum jeito como imutável, mas vou te ajudar e se quiser falar me rotular diga que uma das coisas que mais me irrita é me colocar rótulos! nem bons nem ruins. sou devota ao Eterno Deus Mu Dança, de Gilberto Gil. não sou muitas coisas que já fui e nada do que ainda serei. e mudar olha só, é uma coisa que dizem que taurinos não gostam.
sigo a cartilha taurina na valorização da boa comida, casa confortável, cama gostosa. é a tríade da felicidade mesmo e não entendo quem não concorde. conheço uma pessoa que já disse que a vida seria mais fácil se se alimentasse com cápsulas, tipo os astronautas. mas chega a suspirar quando cita a “o nhoque e o molho vermelho da tia”. ou seja, pode não ser companhia pra restaurante japonês mas adora uma comida com sabor de afeto.
dizem que taurinos ruminam sentimentos, uma coisa assim bem bicho mesmo. real. sou assim. tudo que me falam eu acredito, confio na palavra, guardo. então naturalmente faço igual, espero que você acredite no que digo. cada palavra aqui nesse texto por exemplo foi pensada e colocada. não tem essa de “da boca pra fora”. penso demais antes de te dizer alguma coisa. porque não vai rolar desdizer depois. te pedir pra desouvir. então eu fico aqui, ruminando, avaliando, pra te dizer certinho o que quero que você ouça. e guarde.
outro item da cartilha taurina que me faz rir e sofrer e está na minha lista de tema complexo; o ciúmes. sim, sinto. das amigas, na família, no relacionamento. e de verdade não acho que estou no ponto comum da posse.
cavucando tudo acho que no fim está tudo ligado a querer se sentir especial, dona de um espaço único no coração das pessoas. e não te absolutamente nada a ver com um papo besta de quem sente é porque faz, ou faria. filosofia de botequim que ninguém nem sabe de onde veio mas repete. quem sente, sente. quer sentir, não magoar.
se cavucar mais pode estar ligado a um medo da perda, do ser deixada de lado, preterida.
se cavucar mais certeza alguém vai levantar a bola da insegurança e que vivemos em uma comunidade e então porquê querer ser feliz sozinho? é impossível, né Tom?
bom, se cavucar mais eu corto os pulsos.





